As máscaras e os acessórios de Carnaval ficaram em casa, porque a noite foi de tristeza. De roupas escuras e velas na mão, milhares de foliões acompanharam ontem o Rei do Carnaval de Torres Vedras até ao local do seu julgamento.
As Lúmbias e a banda OSGA abriram o cortejo, seguindo atrás a caroça da Real Confraria do Carnaval de Torres que levou o Rei até ao ato final de mais um Carnaval, o Enterro do Entrudo. Ministros & Matrafonas, Fidalgos, Marias Cachuchas e SacÁdegas também participaram na procissão que foi em passo lento até ao Tribunal, enquanto uma carpideira lamentava a má sorte do Rei.
No Tribunal, onde uma multidão de foliões esperava já a chegada do monarca, as primeiras palavras do juiz anunciaram, desde logo, o trágico destino do Rei: "Vai acabar a arder aquele que veio de jumento".
A acusação, que veio diretamente do Parlamento, usou todos os argumentos para justificar a condenação. Os excessos cometidos pelos foliões, a desordem criada na Cidade durante os festejos, a má intervenção na autoestrada A8 e os problemas na Linha do Oeste foram algumas da razões apontadas para a condenação.
Como já era expectável, o juiz condenou o monarca à forca. As últimas palavras do Rei lembraram a fantasia e magia de dias de verão vividos neste Carnaval, terminando o discurso com vivas ao Carnaval de Torres Vedras.
A encenação terminou com a queima do Rei e um espetáculo de fogo de artifício. O Carnaval de Torres Vedras e o seu encantado mundo de fantasia regressam no próximo ano.